segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pulos e saltos

"Ainda estás na fase de ele dizer salta e tu saltares" - diz-me a T. com a voz enrolada em escárnio mal disfarçado. Pois estou, penso para mim. Pois sou, penso depois. Ele, TU, toda a gente, penso na direção da T., que é das que melhor me conhece e menos pejo tem em me fazer saltar. E encho-me de novo de tristeza. Penso que para mim ninguém salta nunca... Depois penso que estou a ser injusta, na verdade, nunca peço que saltem por mim. Escondo-me quando preciso e não digo nada.
Mas a verdade, diz baixinho a voz com que discuto internamente, é que não posso pedir. Os saltos ou se dão de vontade ou não valem a pena. E esses são sentidos e não pedidos.
Penso no meu Descartes pessoal. Devia ter uns oito anos quando duvidei de tudo... suponho que não devia ter nada para ler. E se for tudo falso, e se eu não existir? O Universo é muito maior quando se tem oito anos. E se eu estiver errada? Não tenho maneira de saber, não consigo ver dentro da cabeça dos outros, só da minha... E há dias em que odeio tanto a minha cabeça... Hoje é o dia...

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